sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Infância e juventude de Maria!

INFÂNCIA E JUVENTUDE


A Sagrada Escritura não informa, mas por Tradição sabemos que os pais de MARIA de Nazaré chamavam-se Joaquim e Ana. Para confirmar, desde 1584 a Igreja comemora no dia 26 de Julho, a Festa de São Joaquim e Sant'Ana, "Avós de JESUS".
NOSSA SENHORA nasceu pura e sem qualquer mancha, isenta dos efeitos do Pecado Original e exuberante de graças pelo Altíssimo, pelo mérito de ter sido escolhida a MÃE DO SENHOR. O fato provavelmente ocorreu no ano 732 da fundação da cidade de Roma, isto porque, segundo o cálculo elaborado pelos especialistas baseados em documentos antigos, JESUS nasceu no ano 748. Assim sendo, vem confirmar que a VIRGEM MARIA tinha 16 anos de idade quando deu à luz ao REDENTOR na Gruta em Belém.


ANIVERSÁRIO NATALÍCIO DE MARIA
A Igreja celebra a Festa da Natividade da MÃE DE DEUS em 8 de Setembro, embora nossa MÃE SANTÍSSIMA, nas Aparições em Medjugorje (desde Junho de 1981), informou aos videntes que Ela nasceu no dia 5 de Agosto.
Para confirmar a data do Aniversário de MARIA, existem dois fatos ocorridos no mesmo dia, que colaboram de maneira efetiva para a aceitação do dia 5 de Agosto como a data Natalícia de NOSSA SENHORA, considerando que as "coincidências" existem, mas sem dúvida, elas são Obras da Providência Divina.
O primeiro fato aconteceu em Agosto do ano 352, na cidade de Roma, com uma nevada milagrosa no monte chamado Esquilino. Giovanni Patrício e sua esposa sonharam que a VIRGEM MARIA desejava que fosse construída uma Igreja em sua homenagem e "avisou" que marcaria o local, cobrindo-o com neve. No sonho, NOSSA SENHORA apareceu com o Menino JESUS ao colo e pedia ao casal que levasse a notícia ao Sumo Pontífice. Na audiência com o Papa Libério (352-366), o casal ao descrever o sonho, deixou o Sumo Pontífice surpreso e admirado, porque também ele havia recebido a mesma mensagem enquanto dormia. Por isso mesmo, determinado a verificar a maravilha, junto com o seu acompanhante, foi ao local e o encontrou coberto com neve em pleno verão na Itália. Era o dia 5 de Agosto de 352. No local indicado pela VIRGEM, o Papa iniciou a construção da BASÍLICA LIBERIANA ou IGREJA DE SANTA MARIA DAS NEVES e também na mesma data, instituiu a Festa de NOSSA SENHORA DAS NEVES, ou da VIRGEM BRANCA, em homenagem a MÃE DE DEUS.
O segundo fato, ocorreu no ano 431, quando por ordem do Papa Celestino I (422-432), foi instaurado na Ásia Menor, o Concílio de Éfeso, entre os dias 22 de Junho a 31 de Julho. Neste Concílio Ecumênico, foi reconhecida e proclamada oficialmente a MATERNIDADE DIVINA DE MARIA. No dia 5 de Agosto em Roma, Sua Santidade celebrou uma Santa Missa festiva e leu o texto do Dogma da MATERNIDADE DIVINA DE NOSSA SENHORA.
No pontificado do Papa Sixto III (432-440), sucessor do Papa Celestino I, foi edificado naquele mesmo local indicado pela VIRGEM MARIA, no monte Esquilino, em Roma, outro templo em honra de NOSSA SENHORA, com uma sólida e bem dimensionada estrutura, formosas colunas jônicas e três magníficas naves, que permanecem até hoje. A Igreja antiga construída pelo Papa Libério, desapareceu no tempo sem deixar vestígio. O novo templo foi denominado BASÍLICA DE SANTA MARIA MAGGIORE (Santa Maria, a Maior), referindo-se a grandeza das virtudes e o imenso poder de intercessão da MÃE DE DEUS, NOSSA SENHORA, SANTA MARIA DAS NEVES. Ao longo dos séculos, a Basílica recebeu muitos melhoramentos, admiráveis pinturas, artesanato com ouro no teto e nos altares, pisos cerâmicos com desenhos especiais, notáveis imagens e artísticas esculturas, que transformaram o Templo numa majestosa Basílica Mariana, uma das mais importantes e mais bonitas do mundo. Anualmente em Roma, no dia 5 de Agosto as homenagens a NOSSA SENHORA se renovam e se multiplicam em festas e celebrações, relembrando com entusiasmo e alegria o aniversário de construção da Basílica, um digno e precioso presente da humanidade em honra e como demonstração de fervoroso amor a NOSSA SENHORA, na data de seu Aniversário Natalício.


Sua infância foi normal, alegre e tranquila, como de todas as crianças que são cercadas pelos carinhos e atenções dos pais e parentes.
Aos três anos de idade em atendimento aos preceitos da lei judaica, foi levada ao Templo em Jerusalém para ser Consagrada e Apresentada a DEUS. A Lei mosaica (Lv 27,1-6) determinava obrigações para as crianças de ambos os sexos, as quais deveriam ser Apresentadas, Consagradas e Oferecidas a DEUS por toda a vida, e os pais, para resgatá-las, tinham que pagar um tributo em gramas de prata (ciclo de prata, moeda da época).
Passavam-se os anos, MARIA crescia em graça, beleza e formosura, mostrando grande interesse pelos rolos de pergaminho da Escritura Sagrada, que ficavam guardados num baú na casa que servia de sinagoga, para as reuniões semanais dos judeus em Nazaré.
A idade de 12 anos, tanto para os rapazes como para as moças israelitas, era um tempo de significado muito especial, porque de acordo com o costume e a lei, os rapazes passavam a gozar dos direitos civis, tornando-se cidadãos judeus, e as moças eram consideradas "gedulah" , legalmente autorizadas a se casar. Assim, atingida esta idade, com o amparo da lei eram elaborados os contratos de casamento.
Foi então, que ao completar os doze anos de idade, aconteceu a primeira manifestação decidida de MARIA, quanto ao ideal de sua vida. Seus pais conversando sobre as formalidades da lei e o grande interesse dos jovens por ela, abordaram o assunto de um possível casamento. Presume-se que ela com o maior respeito e sem ferir a obediência, deve ter argumentado, dizendo que embora eles desejassem uma "aliança" , os seus sentimentos tinham evoluído em direção a um projeto mais sublime.
Com certeza eles não compreenderam as palavras da filha, contudo, mesmo sem entender a explicação, confiaram, conscientes de que ela sempre demonstrara um procedimento amadurecido, com atitudes responsáveis e um exato cumprimento das obrigações.
Na verdade, pelos manuscritos sagrados MARIA conheceu o CRIADOR e apaixonou-se por ELE, pela grandeza do Amor Divino e a incomensurável magnitude da misericórdia do SENHOR. Vivia imaginando em pensamentos as manifestações Divinas que lia nos papiros e seu amor crescia cada vez mais. Tanto evoluiu e cresceu que atingiu uma imensa grandeza, ocupando a sua mente e todas as fibras do coração. Ela sentia que era uma necessidade de sua alma agradar a DEUS em todos os momentos de sua existência, por isso, mesmo nos trabalhos diários, nas menores e mais modestas ocupações, procurava faze-las com interesse, zelo e perfeição, porque compreendeu também, que todos os seus atos eram parte do viver cotidiano e portanto, se os fizessem revestidos de mais atenção e amor, indubitavelmente ia agradar muito mais ao PAI ETERNO. E por isso, assim Ela procedia!... Sempre preocupada em inovar, em descobrir um novo modo, um gesto mais significativo ou mais carinhoso, que mostrasse a delicadeza e a grandeza de seu amor, para agradar ainda mais o CRIADOR, idealizou o cultivo de uma virtude que a conduziu a uma decisão séria e singular, qual seja, aquela de manter a virgindade, como a melhor maneira que encontrou para agradar o PAI ETERNO.
Mas naquele tempo, os costumes e a lei judaica não prescreviam a virgindade, simplesmente ela não existia, porque toda mulher devia se casar, ter os seus filhos e criar a sua prole. Então evidencia-se a coragem e a expressão máxima da força de vontade de uma mulher! Ela imaginou um modo mais santo e genuíno de agradar a DEUS e decididamente colocou-o em prática, tranquila e sem temor. Arriscava-se a ser escarnecida por sua comunidade, a ser considerada castigada pelo SENHOR, por não se casar e não ter filhos. Isto porque, segundo a lei, a mulher que não tivesse filhos era considerada desonrada, tratava-se de um fato ignominioso, considerado até mesmo um castigo Divino. (Gn 30,23)(1 Sm 1,5-8)
Entretanto MARIA permaneceu firme e inabalável em sua resolução, no ideal secreto que somente Ela e o PAI ETERNO conheciam.

 
SURGIU JOSÉ

 José era carpinteiro e fabricava diversos utensílio de madeira: portas, janelas, carroças, arados, etc. Teve mais coragem que os outros rapazes e aproximou-se da família do senhor Joaquim, estabelecendo amizade com todos, porque estava simpatizando com MARIA e desejava frequentar a residência de seus pais.
Nas oportunidades procurava conversar com ela, falar de seu trabalho, dos planos, dos projetos futuros, descrevendo passagens e casos pitorescos ocorridos com sua família para faze-la sorrir e participar de sua vida.
Ela sempre reservada, delicadamente ouvia as narrativas, mas procurava afastar-se, embora lhe agradasse os assuntos e as atenções dele, contudo não as estimulava. Deixava que as coisas acontecessem como bons vizinhos que eram, no pequeno lugarejo de Nazaré.
Todavia, a medida que aconteciam as visitas, o interesse dele crescia e se tornava cada vez mais forte. José andava entusiasmado e não escondia as suas reações. Ela ao contrário, mantinha-se com visível discrição, ouvia as insinuações dele, mas calava-se. Entretanto, na continuidade das visitas, o entendimento entre ambos expandiu-se e robusteceu, dando coragem a MARIA de confiar a José o grande segredo de sua vida. Num dia, quando os dois jovens conversavam sobre a existência e as coisas do cotidiano, ela explicou que gostava da companhia dele e inclusive, também simpatizava com ele, mas desejava que continuassem como bons amigos, porque o seu ideal era outro. Contou-lhe que tinha dedicado toda a sua vida e sua virgindade a DEUS, que verdadeiramente era o seu grande amor e por quem o seu coração apaixonadamente pulsava forte com todas as veras de sua alma.
José ficou perplexo!... Não acreditava que estivesse ouvindo aquelas palavras... Como todo judeu queria casar, ter filhos e construir a sua descendência. Por isso, admirado com aquela revelação, não soube o que dizer! Sob a força das palavras da mulher que amava, via os seus sonhos soçobrarem como pequenos castelos de areia na praia destruídos pelas ondas do mar!
Passou vários dias meditando sobre eles, sobre o futuro e sua vida sem ela. Depois de muita reflexão, induzido por um raciocínio certo e equilibrado, encontrou uma solução que conciliaria o propósito de sua amada, com o dele. Na verdade José queria viver junto dela para sempre, pois sentiu que ela era insubstituível em sua existência, por suas excepcionais qualidades e sua fascinante beleza. Assim, com o coração transbordando de ternura foi ao encontro de MARIA... Fixou nela o seu olhar e com a convicção de ter feito a melhor escolha, propôs-lhe que ele também faria o voto de castidade perpétua se ela se casasse com ele, para juntos dedicarem a DEUS a virgindade do casal, o trabalho de ambos e a própria vida.
MARIA aceitou a proposta de José, porque compreendeu que era a solução ideal para os dois. Casados podiam cultivar a castidade sem que ninguém percebesse, concretizando o nobre e singular objetivo, para felicidade do casal e demonstração de um profundo e imenso amor ao CRIADOR.
Seguindo as leis e o costume judaico, foi feito o contrato de casamento, ficaram desposados. Em breve começaria os preparativos para a cerimônia das Bodas e a alegria já ocupava uma preciosa dimensão no coração dos noivos.

Anúncio do Anjo!!!



Certa tarde, tinha MARIA terminado as ocupações domésticas e descansava em seu quarto. Meditava sobre a verdade dos papiros sagrados, sobre o seu noivado com José e sobre o seu incontido e irrefreável amor por DEUS. Eis que de súbito, apareceu-lhe um Anjo do SENHOR. MARIA tremeu de emoção... E com o susto do inesperado colocou-se de pé. Muito embaraçada, fitou-o em silêncio. O Anjo sorrindo cumprimentou-lhe: "Alegre-te cheia de graça, o SENHOR está contigo"! (Lc 1,28)
Ouvindo a saudação ficou admirada e deve ter pensado: "Mas o que é isto, meu DEUS"? E respondendo ao cumprimento, inclinou levemente a cabeça, permanecendo em silêncio e olhando para ele. Manifestando júbilo, o Anjo procurou tranquiliza-la, dizendo-lhe que era o Arcanjo Gabriel e estava cumprindo as ordens do Céu: "Não tenhas medo MARIA! Encontraste graça junto de DEUS". (Lc 1,30) E revelou que o PAI ETERNO lhe tinha cumulado de graças e que ela era alguém muito especial no Paraíso Divino. E continuou: "Eis que conceberás e darás à luz um filho, e o chamarás com o nome de JESUS. ELE será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o SENHOR DEUS lhe dará o trono de Davi, seu pai; ELE reinará na casa de Jacó para sempre, e o seu reinado não terá fim". (Lc 1,31-33)
MARIA sentiu aquele frio gostoso e indefinível da satisfação. DEUS correspondia ao seu amor, ao seu profundo e ardente amor que a ELE havia consagrado com todo o ímpeto de sua alma e com a maior intensidade de sua vida. Por isso, ficou visivelmente perturbada de emoção... Mas, lembrando o seu voto de castidade perpétua, indagou ao Arcanjo: "Como é que vai ser isso, se eu não conheço homem algum"? (Lc 1,34) Respondendo ele disse: "O ESPÍRITO SANTO virá sobre ti, e o poder do Altíssimo vai te cobrir com a sua sombra; por isso o Santo que nascer será chamado FILHO DE DEUS". (Lc 1,35)
Atenta e deliciando a sublimidade do amor Divino, MARIA de Nazaré silenciosamente continuou ouvindo as palavras do Arcanjo: "Também Isabel, tua parente, concebeu um filho na velhice, e este é o sexto mês para aquela que chamavam de estéril". (Lc 1,36) Aqui devem ter brilhado intensamente os lindos olhos de MARIA, ela gostava muito de sua prima e sabia, o quanto ela desejava possuir um filho. E continuou o Arcanjo Gabriel inferindo e argumentando com MARIA, dizendo-lhe que o seu voto de castidade seria resguardado, que seria uma conceição milagrosa e completando, afirmou: "Para DEUS, com efeito, nada é impossível". (Lc 1,37)
Houve um silêncio absoluto ... A natureza parou, as aves não gorjeavam mais, a expectativa era geral ...
Para MARIA, no entanto, em toda a sua simplicidade e modéstia, era uma pausa necessária para respirar, para recuperar o fôlego de seus sentidos, tão excitados pela Bondade Magnânima e Infinita do CRIADOR. E veio o SIM tão esperado ... O SIM que nos trouxe o SENHOR JESUS, o Salvador e Redentor de toda humanidade. O SIM que nos legou a misericórdia Divina e nos proporcionou a Vida Eterna, porque neutralizou a intensidade do Sim de Eva, aquele Sim da primeira mulher ao Anjo das Trevas, que originou o Pecado e a Morte.
Então disse MARIA: "Eu sou a serva do SENHOR; faça-se em mim segundo a tua palavra". (Lc 1,38)
A partir daquele instante, DEUS completou o Decreto da Anunciação. Despediu-se o Arcanjo Gabriel e MARIA não ficou sozinha, começava a Santa Gravidez de NOSSA SENHORA.


NAS MONTANHAS DO HEBRON


Refeita daquela extraordinária surpresa e controlando no coração as inolvidáveis emoções, MARIA lembrou-se de sua prima e da necessidade de ajuda-la na fase final da gravidez, por motivo de sua avançada idade.
Conversou com seus pais e José, abordando o fato da gravidez de sua parenta e ponderou sobre a importância de visitá-la e prestar-lhe serviços, até que ficasse restabelecida. Eles concordaram e Joaquim que sempre viajava para Jerusalém, a fim de realizar transações comerciais, prometeu levar a filha na primeira oportunidade, que logo se concretizou: "Naqueles dias MARIA pôs-se a caminho para a região montanhosa, dirigindo-se apressadamente a uma cidade de Judá". (Lc 1,39) Naturalmente seu pai estava em sua companhia, junto a uma pequena caravana de mercadores que passara por Nazaré, para se protegerem contra os muitos ladrões e bandidos que infestavam a região.
Percorreram os 140 quilômetros de estrada tortuosa e cheia de pedras até Jerusalém. Lá, ele permaneceu para trabalhar e MARIA seguiu sozinha caminhando 6 quilômetros que separavam Jerusalém de Ain Karin, onde morava a sua prima.
O encontro das duas mulheres foi ao mesmo tempo solene e repleto de alegria, uma visita diferente de tantas outras, primordialmente porque estava envolvida pelo mistério da maternidade das duas primas. A satisfação de MARIA em servir a Isabel transbordava numa aparente felicidade, num momento tão importante de sua vida: "Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel". (Lc 1,40) A prima ao ouvir a saudação, provavelmente um afetuoso "shalon", experimentou uma comoção que não era meramente uma surpresa, porque "quando Isabel ouviu a saudação de MARIA, a criança lhe estremeceu no ventre, e Isabel ficou repleta do ESPÍRITO SANTO". (Lc 1,41) Em seu ventre a criança se movimentou ao ouvir a voz suave daquela que estava repleta do ESPÍRITO SANTO e tinha sido escolhida para MÃE DE DEUS. Por essa razão, também Isabel ficou repleta do ESPÍRITO DO SENHOR e chorou jubilosamente. Ela e seu esposo já idosos, recebiam duas graças muito especiais: DEUS ouviu as suas súplicas e concedeu-lhe um filho na velhice, eliminando a chancela discriminatória de ser considerada castigada por DEUS, imposta pela própria comunidade onde vivia, porque não tinha filho; e uma segunda graça por ter ao seu lado a auxilia-la, sua querida prima, a SANTA MÃE DO SENHOR. Por isso, consciente dessa verdade, inspirada pelo ESPÍRITO exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres, e bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vêm que a MÃE do meu SENHOR me visite? Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre. Feliz a que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do SENHOR, será cumprido"! (Lc 1,42-45)
Como era comum nas famílias orientais, MARIA compôs de improviso um maravilhoso poema chamado "Magnificat" , um verdadeiro hino de louvor a DEUS, todo ele com expressões extraídas dos manuscritos sagrados, que ela conhecia muito bem, e onde agradece ao CRIADOR a maravilha da Encarnação. Disse MARIA: "A minha alma engrandece o SENHOR, e o meu espírito exulta em DEUS, meu Salvador, porque olhou para a humilhação de sua serva. Sim! Doravante as gerações todas me chamarão de bem-aventurada, pois o Todo-Poderoso fez grandes coisas por mim. O seu nome é Santo, e sua misericórdia perdura de geração em geração, para aqueles que o temem. Agiu com a força de seu braço, dispersou os homens de coração orgulhoso. Depôs poderosos de seus tronos, e a humildes exaltou. Cumulou de bens a famintos, e despediu ricos de mãos vazias. Socorreu Israel, seu servo, lembrado de sua misericórdia, - conforme prometera a nossos pais – em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre"! (Lc 1,46-55)
Nascido o filho de Isabel, no oitavo dia, de acordo com a lei, a criança foi circuncidada e recebeu o nome de João Batista, o destemido e notável Precursor do SENHOR JESUS.
"MARIA permaneceu com ela mais ou menos três meses, e voltou para a sua casa" (Lc 1,56), naturalmente numa caravana e acompanhada de um parente.

Duvida de José - casamento de Maria e nascimento de Jesus!


 
Com três meses, a gravidez de MARIA já se fazia notar. De modo que chegando a Nazaré, seus pais, parentes e amigos, exultaram com a novidade, porque embora ainda estivesse "noiva" , no período chamado "Condução", a gravidez era considerada legal.
Entretanto, José não estava entendendo o que ocorria com sua noiva. Mesmo com íntegra formação religiosa, tendo plena convicção das virtudes de MARIA, ficou confuso e perturbado, afinal, como justificar aquele acontecimento?
MARIA, entretanto, apesar de compreender e perceber o drama de José, sentiu interiormente que não devia tomar a iniciativa de explicar o fato, preferiu silenciar, porque na verdade o ocorrido estava no domínio de DEUS e ninguém melhor do que ELE para encontrar o momento oportuno a fim de providenciar os necessários esclarecimentos. Simplesmente confiou e esperou.
Mas sem compreender e não encontrando explicações para a gravidez de sua noiva, "José seu esposo, sendo justo e não querendo difama-la, resolveu repudia-la em segredo". (Mt 1,19)
Contudo, enquanto assim se decidia, eis que em sonho um Anjo do SENHOR lhe disse: "José filho de Davi, não temas receber MARIA, tua mulher, pois o que nela foi gerado vêm do ESPÍRITO SANTO. Ela dará à luz um filho e tu o chamarás com o nome de JESUS, pois ELE salvará o seu povo dos seus pecados". (Mt 1,20-22)
Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que o SENHOR havia dito pelo profeta: "Eis que a Virgem conceberá e dará luz um filho e o chamarão com o nome de Emanuel, que significa DEUS CONOSCO". (Is 7,14)
José ao despertar, agiu conforme o Anjo lhe ordenara, pois estava tranquilo, tinha recuperado totalmente o seu equilíbrio emocional, afastando para longe a tentação demoníaca que colocava a malícia em seu pensamento.


O CASAMENTO DE MARIA
 
Cumprindo o último ato para o matrimônio perfeito, de acordo com os Santos desígnios de DEUS, com muitas festas foi celebrada as Bodas de José e MARIA.
Naquela época o Casamento era constituído de três partes: Desponsório (que era o Noivado), Condução (período intermediário) e as Bodas (Casamento propriamente dito).
No Desponsório era feito o Contrato de Casamento, que podia ser escrito ou oral. Em ambos os casos, na presença de testemunhas e quando também era combinado o que a noiva receberia de dote.
Entre os Esponsais (Noivado) e a Celebração das Bodas ou Núpcias, decorria um intervalo de tempo, que pela lei podia chegar até doze meses. Este período chamava-se Condução. Nele, os noivos viviam separados, mas podiam usar de direitos matrimoniais, pois o Contrato de Casamento outorgava posse no sentido estrito, e por isso, se chegassem a ter filhos neste período, a prole era considerada legítima.
No dia acertado para a Celebração das Bodas, o esposo ia a tarde, em traje de gala, acompanhado de amigos e músicos à casa da noiva. Formava-se então o cortejo, um espetáculo de grande pompa e júbilo. Enquanto grupos de virgens dançavam e entoavam epitalâmios, trazendo uma grinalda de flores numa das mãos e uma lâmpada acesa na outra, címbalos, tambores, pífaros e flautas, em estrondosa algazarra, convidava o povo à participar da mesma alegria. O clímax de todo Casamento era o banquete. Apenas os esposos entravam no seu domicílio, começava o Banquete Matrimonial que geralmente durava uma semana, e era sempre cenário de muita confraternização entre os participantes.
Por certo, assim também foi o Casamento de José e MARIA.


NASCIMENTO DE JESUS

Israel naquela época estava sob o domínio militar de Roma. César Augusto, Imperador Romano, decretou um édito ordenando o recenseamento em todos os territórios ocupados. Na terra dos judeus o recenseamento foi realizado sob a orientação do Governador da Síria, Públio Suplício Quirino, o qual determinou que cada pessoa era obrigada a se inscrever no posto militar instalado na cidade onde nasceu.
José que tinha nascido em Belém, viajou para lá com a esposa, para cumprir um dever cívico e atender a ordem emanada do poder romano, muito embora MARIA já se encontrasse no final da gravidez.
Por essa razão a viagem não foi em caravana, devem ter utilizado atalhos e caminhos secundários, para não transitarem pela estrada principal. Deve ter sido uma viagem calma, bem vagarosa, somente o casal utilizando burricos mansos, com diversas paradas e pernoites, em locais ermos onde não despertassem atenções.
Assim, com paciência e todas as dificuldades do percurso, venceram o trecho mais perigoso e repleto de riscos, entre Nazaré e Jerusalém, e logo seguiram para Belém, distante apenas 8 quilômetros.
Como não existia hotéis, a hospedagem era feita em casa de parentes e amigos, ou em cabanas de tecido, ou em grutas ou no "Khan" (Cão Palestinense). Este era um tipo de albergue onde abrigavam as caravanas e os viajantes, porque ali ficavam resguardados dos ladrões e bandidos. Sua construção era feita com pedras e argamassa e tinha o formato retangular, com muros bem altos e uma única porta. Encima dos muros existia duas ou três vigias, onde ficavam guardas armados.
Internamente junto ao muro havia uma cobertura em meia-água, de um tipo de lona, onde se abrigavam as pessoas. Os animais e as cargas ficavam ao ar livre, ocupando a parte central do Cão.
José e MARIA encontraram Belém com grande movimentação de pessoas, pois estavam nos últimos dias do recenseamento, por este motivo, não encontraram nenhum abrigo satisfatório, apesar de terem procurado as casas dos parentes e amigos. No Cão da cidade com certeza havia vaga, porque na realidade naqueles abrigos sempre tinha lugar para mais um ... Contudo, não era recomendável que ficassem, porque ali dormiam, comiam, bebiam, rezavam, discutiam, negociavam, brigavam, nasciam e morriam, todos juntos, gente de todos os níveis e costumes, amontoados no meio dos animais ao ar livre, ou embaixo da cobertura de pano. MARIA e José não iriam se instalar naquele ambiente e deixar que ali nascesse o MENINO-DEUS, no meio de tanta confusão, sob os olhares curiosos da multidão aglomerada. Por isso, preferiram uma gruta próxima, que as vezes servia de estrebaria. No seu silêncio e abandono, ainda representava um lugar mais digno e respeitoso.
Assim que chegaram, José munido de suas ferramentas, tratou de proteger convenientemente a sua moradia. MARIA depois que descansou, ajudou na limpeza do local.
"Enquanto lá estavam, completaram-se os dias para o parto e ela deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o com faixas e reclinou-o numa manjedoura, porque não havia um lugar para eles na estalagem". (Lc 2,6-7) Sim, porque na estalagem o lugar era por demais público para nascer o FILHO DE DEUS.
E assim, cumpria-se mais uma profecia sobre o nascimento de JESUS, o CRISTO SALVADOR: "E o Verbo se fez Homem e habitou entre nós". (Jo 1,14)
Terminada aquela movimentação de pessoas, por causa do recenseamento, a Sagrada Família mudou-se para uma pequena casa onde passaram a viver.

Vida pública de Jesus!!!


JOSÉ, MARIA e JESUS, receberam a visita dos três Reis Magos que vieram do Oriente, orientados por uma estrela do SENHOR, para adorar o MENINO-DEUS.
Os Magos eram homens versados em ciências naturais, especialmente em astrologia. Por esse motivo, souberam encontrar a estrela de DEUS e seguiram o seu caminho. Gaspar, Baltasar e Melquior trouxeram presentes para o MENINO-JESUS: um deposito com ouro, em homenagem à sua realeza, incenso em honra à sua Divindade, e mirra em respeito e em devoção à sua humanidade.
Herodes Magno, Governador da Judéia, ao saber pelos escribas e sábios da corte, da presença dos orientais e que o "Rei dos Judeus" segundo a Escritura Sagrada nasceria em Belém, ficou com ciúmes e em sua mente doentia nasceu o medo de perder o poder. Perverso e de má índole, planejou matar JESUS. Convidou os Magos à visitá-lo e ensinou-lhes o caminho para Belém, fazendo-lhes uma solicitação: "quando retornassem, deixassem com ele o endereço do MENINO, porque ele também desejaria adorá-LO." Entretanto, depois que estiveram com a Sagrada Família, os Magos foram avisados em sonho pelo Anjo do SENHOR sobre as intenções de Herodes e por isso, retornaram à sua pátria pela estrada de Hebron, não voltando a Jerusalém para informar ao terrível governante, onde estava o MENINO-DEUS.
Da mesma maneira, a Sagrada Família também foi avisada em sonho, que Herodes mandaria uma guarnição militar a Belém para eliminar JESUS. Por isso, foram recomendados a fugirem para o Egito e lá eles deveriam permanecer até a morte do Governador.
Herodes ao saber que os Magos tinham retornado ao Oriente, sem avisa-lo, ficou enfurecido. Mandou uma patrulha de soldados a Belém, com a ordem de matar todas as crianças com menos de dois anos de idade, com a intenção de matar JESUS. Então aconteceu o abominável e covarde massacre de inocentes, com a morte de centenas de crianças, que se tornaram os primeiros mártires da Igreja (eles perderam a vida no lugar do Redentor). (Mt 2,16-17)
Seis meses após, JOSÉ, MARIA e JESUS, foram novamente avisados pelo Anjo do SENHOR, de que Herodes tinha morrido e que eles poderiam retornar à pátria. Eles pretendiam regressar à Belém, mas foram prevenidos que o sucessor de Herodes Magno no Governo da Judéia era o filho Arqueláu, tão cruel e maldoso como o pai. Por esse motivo, decidiram voltar à Nazaré.
Naquele pequeno lar em Nazaré da Galiléia puderam finalmente cultivar tranquilamente a vida familiar. JESUS aprimorava-se no aprendizado de carpinteiro, ajudando JOSÉ de maneira tão eficiente como só ELE sabia fazer. Não é difícil imaginar os diálogos que normalmente ocorriam, na sequência dos afazeres cotidianos: "Filho, vai ao mercado e compre uma lâmina nova para a serra; também uma porção de cravos e uma talhadeira. Ao regressar, passe na casa do Ezequiel e veja se ele está melhor da saúde, dê-lhe o meu abraço e os votos de pronta recuperação". E por certo, as coisas aconteciam assim, JOSÉ e MARIA viviam dedicados ao trabalho, mas também mergulhados profundamente no Mistério de JESUS. Eles nunca duvidaram da veracidade das promessas de DEUS, mesmo diante das dificuldades que surgiam no cotidiano e na rotina dos dias sempre misteriosa para eles, mas repleta de felicidade. Da mesma forma, como acreditamos na presença do SENHOR JESUS na Hóstia Consagrada, eles também acreditavam na presença de DEUS, no Filho que lhes fora confiado. Afinal um mistério exige Fé e não entendimento.


VIDA PÚBLICA DE JESUS


O SENHOR estava com 30 anos de idade, quando JOSÉ foi chamado pelo PAI ETERNO e partiu para a eternidade. Assim, ELE decidiu que estava na hora de começar a cumprir a fase decisiva de sua Divina Missão.
Foi ao encontro de João Batista, que realizava um Batismo de Penitência no rio Jordão, próximo ao Mar Morto, preparando o povo para chegada do Messias. JESUS num gesto de extrema humildade, assumiu a aparência de um simples pecador, e depois de insistir, foi batizado por Batista, numa demonstração de obediência ao CRIADOR e de amor a humanidade. Na continuidade dos meses, chamou os Discípulos e escolheu os 12 Apóstolos, que foram testemunhas de sua Obra e Ressurreição. Com o maior empenho e a grandeza de um incomensurável amor, executou de maneira admirável a Obra que o PAI ETERNO lhe confiou.
Os judeus, de um modo geral, esperavam que o Messias fosse um rei forte, um grande e destemido guerreiro, para libertar Israel do jugo romano e arrasar todas as nações que ao longo dos anos trouxeram ruína à pátria. Sonhavam e imaginavam seu país com um grande poderio militar, destruindo os inimigos e ocupando territórios, tornando-se uma nação respeitada, construindo o futuro com as notáveis conquistas e vitórias de seu Rei.
Contudo, verdadeiramente o Messias veio, não aquele sanguinário e estrategista, mas um outro muito diferente, que usava armas que eles não conheciam, porque veio ensinar o amor e a construir uma defesa contra o maligno.
JESUS repudia a guerra contra Roma, quando define: "Daí a César o que é de César"... (Mc 12,17); JESUS destrói o reino de Satanás, afugentando os demônios e todos espíritos impuros, que torturavam os possuídos, incita o respeito às Leis, a prática do bem, da justiça, da retidão de comportamento e da obediência aos Mandamentos de DEUS.
ELE se fez ouvir nas sinagogas, lendo textos bíblicos e explicando-os de modo autêntico, com uma linguagem simples, fácil e admirável, encantando a todos. Falava com uma autoridade que os escribas e fariseus estavam muito longe de a possuir, e fazendo o bem, mesmo de modo discreto e natural, ficava em evidência com os exorcismo que operava e pela quantidade notável de milagres que fazia, curando doentes, recuperando a visão aos cegos, restituindo a saúde à todos que O procuravam. Por isso o povo começou a se agitar, todos queriam segui-LO para onde fosse, invocando o nome do Messias e agradecendo a DEUS pela presença Daquele Notável Enviado.
Não obstante, a maioria do povo judeu permanecia firme em sua convicção, esperando um Messias que fosse um grande Chefe político e militar. E por isso, diante da realidade de JESUS, começaram aparecer os descontentes, os fracos e incapazes, que não tem persistência nos ideais, os comodistas que não tem ânimo para praticar os esforços que a doutrina do SENHOR exigia. Revoltam-se contra ELE, tecem intrigas e calúnias, planejando elimina-lo. JESUS foi preso, submetido a um julgamento tendencioso e falso, foi barbaramente flagelado e condenado a morrer na cruz. Silenciosamente sofreu todas as injúrias, as blasfêmias e os maus tratos, como se aqueles atos fizessem parte do normal processo de condenação. E procedeu assim, pela grandeza de sua misericórdia e por sua perseverante e heróica obediência ao PAI ETERNO objetivando levar o cumprimento de sua missão até o fim. ELE assumiu todos os pecados da humanidade, os acontecidos anteriormente e todos aqueles que foram praticados até em sua época, e como um desprezível bandido, morreu crucificado entre dois ladrões. Todavia o CRIADOR O Ressuscitou e colocou na glória eterna o FILHO dileto que dignamente cumpriu a sublime missão de Redimir e Salvar todas as gerações, deixando meios eficazes para cada pessoa santificar a sua existência, ser feliz nesta vida e alcançar a eternidade.
MARIA de Nazaré foi a MÃE preciosa que o SENHOR precisava, porque sempre esteve ao lado do FILHO, zelando por suas necessidades e LHE dedicando os melhores carinhos maternos. Cuidava da limpeza e do abastecimento do lar, da refeição de seu FILHO, de sua saúde, assim como da confecção e digna apresentação das roupas que ELE usava. NOSSA SENHORA era muito hábil e prendada no labor artesanal. Foi Ela quem caprichosamente elaborou a túnica que JESUS usava. São João descreve que era inteiriça, inconsútil e tão bem acabada, que até os centuriões romanos, na "hora" da Cruz, não quiseram dividi-la, decidiram pela sorte, quem ficaria com a posse daquela bonita e útil vestimenta. (Jo 19,23-24)
A verdade é que MARIA, por sua admirável sensibilidade, sempre soube estar presente nos momentos certos, para auxiliar o seu Divino FILHO JESUS. Até nos momentos mais difíceis, estava presente para manifestar palavras de consolo, envolvendo o seu FILHO com uma ternura especial e o calor de seu imenso e apaixonado amor de MÃE, que amenizava as dores DELE, as decepções e aliviava os seus abomináveis sofrimentos.

Mãe de Deus e Nossa!!!


Nos últimos momentos de vida do SALVADOR, aos pés da Cruz, junto com as Santas Mulheres e o Apóstolo João, NOSSA SENHORA recebeu a conclusão do testamento de seu Divino FILHO. O SENHOR entregou-nos Sua MÃE, para ser também "a Mãe de cada um de nós". Sem dúvida, foi o mais querido e valioso presente para a humanidade de todas as gerações, o melhor de todos afinal, porque nossa MÃE SANTÍSSIMA sempre foi a MÃE perfeita de JESUS.
Na sequência dos anos, a VIRGEM MARIA jamais faltou ou negligenciou a escolha feita pelo seu Divino FILHO, ao contrário, sempre solícita e atenciosa, revelou-se uma MÃE excepcional e admirável, desde a primeira comunidade cristã quando participava e acompanhava as principais reuniões dos Discípulos. Embora não chefiasse os Apóstolos, sua presença lembrava o SENHOR JESUS e se impunha, por sua personalidade, sabedoria e caráter inconfundíveis. Muitas vezes, para se orientarem melhor em suas decisões, os Discípulos tomavam conselhos e pediam sugestões a MARIA, porque na realidade, sua palavra trazia uma incandescente luz a problemas que de inicio, pareciam impossíveis de serem resolvidos. Eles sentiam que o ESPÍRITO DO SENHOR falava pelos seus lábios...
Todos que a procuravam, recebiam uma especial atenção, os mais zelosos cuidados, orientando-lhes e oferecendo-lhes opções de viver, propiciando-lhes a escolha do melhor caminho, da vereda mais sólida e segura para encontrar a perfeição espiritual, o polimento moral, para finalmente poderem seguir na direção do CRIADOR.
Também em MARIA estava toda a história de JESUS!...
Quantas vezes vinham caravanas de peregrinos para estar com Ela e conhecerem de viva voz aquelas deliciosas lembranças de seu Divino e tão amado FILHO!...
E quantas e quantas vezes também, os Discípulos sentavam-se ao seu redor e pediam que lhes contassem passagens da Vida de NOSSO SENHOR, que Ela descrevesse os seus hábitos mais íntimos, assim como detalhes de sua maneira pessoal de ver e analisar os fatos e as coisas do cotidiano!...
Eram lições de ternura, de uma permanente fidelidade e um imenso e ilimitado amor.
Sempre que as terminava, deixava escapar de seus encantadores olhos uma expressão de saudade. Uma furtiva lágrima deslizava suavemente pelo contorno de sua face emocionada e caia no chão.
É tradição cristã que aos 72 anos de idade despediu-se de sua vida terrestre. Dizemos despediu-se, porque no sentido correto da palavra, ela não morreu, teve um "sono transitório" e foi transportada para os Céus, em Corpo e Alma, por um sonoro cortejo de Anjos. E nada mais natural que tenha sido assim, uma vez que a morte é o castigo infligido a Adão e a sua descendência (a humanidade), por causa do pecado original e dos pecados subsequentes. MARIA teve a sua conceição imaculada e estava cheia de graças, pelo mérito de ser a MÃE DO SENHOR JESUS. Protegida pelo ESPÍRITO SANTO, não cometeu nenhum pecado, por menor e mais leve que fosse. Por conseguinte, Ela não morreu, sua vida teve um fim, atingiu o seu escopo. Fechou os olhos para dormir e acordou na eternidade. Afinal, aquele Corpo Imaculado não podia ser desfeito na sepultura como um corpo qualquer.
A Igreja comemora a Festa da Assunção de NOSSA SENHORA aos Céus no dia 15 de Agosto desde o século V. Em 1º de Novembro de 1950, o Papa Pio XII definiu solenemente como dogma, o fato de ter sido o corpo de MARIA levado ao Céu pelos Anjos, depois de sua morte, estando unido a sua alma na eternidade.
E depois, no Céu, todo o seu amor, aquele carinho profundo e sem limites pelo PAI ETERNO e pelas coisas Divinas, estenderam-se à toda humanidade. Junto de DEUS, como auxiliar preciosa e eficaz, continua de maneira admirável sua maternal obra em benefício daqueles que buscam a sua inefável e tão querida proteção, assumindo verdadeiramente o lugar de Mãe da humanidade.
Desde longa data, vem aparecendo a videntes em notáveis manifestações sobrenaturais, trazendo mensagens, ensinamentos e deixando ao alcance de todos a última Vontade do SENHOR, para que todos os seus filhos sejam orientados pelo caminho do direito, da justiça e do amor fraterno, procedendo conforme o Desejo Divino. Em cada local aparece de modo diferente, tanto no vestuário como fisionomicamente, recebendo na Aparição um nome que traduz um desejo Dela ou identifica o lugar da ocorrência. É assim que nossa MÃE SANTÍSSIMA, embora seja uma só, é conhecida por: NOSSA SENHORA DO CARMO, NOSSA SENHORA DE LOURDES, NOSSA SENHORA APARECIDA, NOSSA SENHORA DE FÁTIMA, NOSSA SENHORA ROSA MÍSTICA, NOSSA SENHORA DE NAZARÉ, NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO, NOSSA SENHORA DE MEDJUGORJE, NOSSA SENHORA DE AKITA, NOSSA SENHORA DA VITÓRIA, IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA, NOSSA SENHORA DE NAJU, NOSSA SENHORA DA PENHA e tantos outros nomes.
É por isso que ao olharmos uma imagem da VIRGEM MARIA, sentimos um alento indescritível no coração, um animo acalentador que nos revigora espiritualmente e conforta a alma. É o aroma de seu imenso e grandioso amor, que transbordando desde a eternidade, inunda as suas imagens de uma ternura sem par.
Por essa razão, pensando Nela lembrei-me do apaixonado soneto de Antero de Quental: "A VIRGEM MARIA".
   Num sonho todo feito de incerteza,
   De noturna e indizível ansiedade,
   É que eu vi Teu olhar de piedade,
   E mais que piedade, de tristeza ...
    Não era o vulgar brilho da beleza,
   Nem o ardor banal da mocidade.
   Era outra luz, era outra suavidade,
   Que até nem sei se as há na natureza.
    Um místico sofrer, uma ventura,
   Feita só de perdão, só de ternura,
   E da paz da nossa hora derradeira.
    Ó visão, visão triste e piedosa,
   Fita-me assim calada, assim chorosa,
   E deixa-me sonhar a vida inteira.

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Homenagem a MÃE DE DEUS e nossa MÃE.
(clique na animação se quer ouvir a música NOSSA SENHORA com Roberto Carlos)

Nossa Senhora Mãe de Deus e Nossa!!!

Nossa Senhora, Mãe de Deus
 Resumidamente, podemos dizer que Nossa Senhora é Mãe de Deus e não da divindade. Ou seja, Ela é Mãe de Deus por ser Mãe de Nosso Senhor, pois as duas naturezas (a divina e a humana) estão unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo.
 A heresia de negar a maternidade divina de Nossa Senhora é muito anterior aos protestantes. Ela nasceu com Nestório, então bispo de Constantinopla. Os protestantes retomaram a heresia que havia sido sepultada pela Igreja de Cristo.
 Mas, afinal, por que Nossa Senhora é Mãe de Deus?
 Vamos provar pela razão, pela Sagrada Escritura e pela Tradição que Nossa Senhora é Mãe de Deus.
 A pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo
 Se perguntarmos a alguém se ele é filho de sua mãe, se esta verdadeiramente for a mãe dele, de certo nos lançará um olhar de espanto. E teria razão.
 O homem, como sabemos, é composto de corpo e alma, sendo esta a parte principal do seu ser, pois comunica ao corpo a vida e o movimento.
 A nossa mãe terrena, todavia, não nos comunica a alma, mas apenas o nosso corpo. A alma é criada diretamente por Deus. A mãe gera apenas a parte material deste composto, que é o seu ser. E como é que alguém pode, então, afirmar que a pessoa que nos dá à luz é nossa mãe?
 Se fizéssemos essa pergunta a um protestante sincero e instruído, ele mesmo responderia com tranqüilidade: "é certo, a minha mãe gera apenas o meu corpo e não a minha alma, mas a união da alma e do corpo forma este todo que é a minha pessoa; e a minha mãe é mãe de minha pessoa. Sendo ela mãe de minha pessoa, composta de corpo e alma, é realmente a minha mãe."
 Apliquemos, agora, estas noções de bom senso ao caso da Maternidade divina de Maria Santíssima.
 Há em Jesus Cristo "duas naturezas": a natureza divina e a natureza humana. Reunida, constituem elas uma única pessoa, a pessoa de Jesus Cristo.
 Nossa Senhora é Mãe deste única pessoa que possui ao mesmo tempo a natureza divina e a natureza humana, como a nossa mãe é a mãe de nossa pessoa. Ela deu a Jesus Cristo a natureza humana; não lhe deu, porém, a natureza divina, que vem unicamente do Padre Eterno.
 Maria deu, pois, à Pessoa de Jesus Cristo a parte inferior - a natureza humana, como a nossa mãe nos deu a parte inferior de nossa pessoa, o corpo.
 Apesar disso, nossa mãe é, certamente, a mãe da nossa pessoa, e Maria é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo.
 Notemos que em Jesus Cristo há uma só pessoa, a pessoa divina, infinita, eterna, a pessoa do Verbo, do Filho de Deus, em tudo igual ao Padre Eterno e ao Espírito Santo. E Maria Santíssima é a Mãe desta pessoa divina. Logo, ela é a Mãe de Jesus, a Mãe do Verbo Eterno, a Mãe do Filho de Deus, a Mãe da Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, a Mãe de Deus, pois tudo é a mesma e única pessoa, nascida do seu seio virginal.
 A alma de Jesus Cristo, criada por Deus, é realmente a alma da pessoa do Filho de Deus. A humanidade de Jesus Cristo, composta de corpo e alma, é realmente a humanidade do Filho de Deus. E a Virgem Maria é verdadeiramente a Mãe deste Deus, revestido desta humanidade; é a Mãe de Deus feito homem.
 Ela é a Mãe de Deus - "Maria de qua natus est Jesus": "Maria de quem nasceu Jesus" (Mt 1, 16).
 Note-se que Ela não é a Mãe da divindade, como nossa mãe não é mãe de nossa alma; mas é a Mãe da pessoa de Jesus Cristo, como a nossa mãe é mãe de nossa pessoa.
 A pessoa de Nosso Senhor é divina, é a pessoa do Filho de Deus. Logo, por uma lógica irretorquível, Ela é a Mãe de Deus.
A conseqüência da negação da maternidade divina é a negação da Redenção
 Agora, qual é o fundo do problema dessa heresia? Analisemos alguns pormenores e algumas conseqüências de se negar a maternidade divina de Nossa Senhora.
 Não foram os protestantes os primeiros a rejeitar o título de "Mãe de Deus" à Nossa Senhora.
 Foi Nestório, o indigno sucessor de S. João Crisóstomo, na sede de Constantinopla, o inventor da absurda negação.
 A subtilidade grega havia suscitado vários erros a respeito da pessoa de Jesus Cristo!
 Sabélio pretendeu aniquilar a personalidade do Verbo. Ario procurou arrebatar a esta personalidade a áureola divinal; negaram os docetas a realidade do corpo de Jesus Cristo e os Apolinaristas, a alma humana de Cristo.
 Tudo fora atacado pela heresia, na pessoa de Nosso Senhor; mas a cada heresia que surgia a Igreja infalível, sob a direção do Papa de Roma, saia em defesa da única e imperecível verdade: da pessoa do Verbo divino contra Sabélio; da divindade desta pessoa, contra Ário; da realidade do corpo humano de Jesus, contra os Apolinaristas.
 Bastava apenas um ponto central para suportar o ataque da parte dos hereges: era a união das duas naturezas, divina e humana, em Jesus Cristo.
 Caberia a Nestório levantar esta heresia, e aos filhos de Lutero continuarem a defender este erro grotesco.
 Foi em 428 que o indigno Patriarca Nestório começou a pregar que havia em Jesus Cristo duas pessoas: uma divina, como filho de Deus; outra humana, como filho de Maria.
 Por isso conclui o heresiarca, Maria não pode ser chamada Mãe de Deus, mas simplesmente Mãe de Cristo ou do homem.
 Concebe-se o alcance de uma tal negação. Se as duas naturezas, a divina e a humana, não são hipostaticamente unidas em Nosso Senhor Jesus Cristo, de modo a formar uma única pessoa, desaparece a Encarnação e a Redenção, porquanto o Filho de Deus, não se tendo revestido de nossa natureza, não pode ser o nosso Redentor. Somente o homem Jesus sofreu. Ora, o homem, como ser finito, só pode fazer obras finitas. Logo, a Redenção não é mais de um valor infinito; Jesus Cristo não pode mais ser adorado, pois é apenas um homem; o Salvador não é mais o Homem-Deus. Tal é o erro grotesco que Nestório, predecessor de Lutero, não temeu lançar ao mundo.
 Ora, os protestantes não querem levar às últimas conseqüências a negação da maternidade divina de Nossa Senhora. Admitem em Jesus Cristo duas naturezas e uma pessoa, mas lhes repugna a união pessoal (hipostática) das duas naturezas na única pessoa de Jesus Cristo.
 Basta um pequeno raciocínio para reconhecer como necessária a maternidade Divina da Santíssima Virgem: Nosso Senhor morreu como homem na Cruz (pois Deus não morre), mas nos redimiu como Deus, pelos seus méritos infinitos. Ora, a natureza humana de Nosso Senhor e a natureza divina não podem ser separadas, pois a Redenção não existiria se Nosso Senhor tivesse morrido apenas como homem. Logo, Nossa Senhora, Mãe de Nosso Senhor, mesmo não sendo mãe da divindade, é Mãe de Deus, pois Nosso Senhor é Deus. Se negarmos a maternidade de Nossa Senhora, negaremos a redenção do gênero humano ou cairíamos no absurdo de dizer que Deus é mortal!
 Os protestantes, admitindo que Jesus Cristo nasceu de Maria - e não podem negá-lo, pois está no Evangelho (Mt 1, 16) -, devem admitir: que a pessoa deste Jesus é divina; que Nossa Senhora é a Mãe desta pessoa; que ela é, portanto, Mãe de Deus! É um dilema sem saída do ponto de vista racional.
 O Concílio de Éfeso:
 Quando o heresiarca Ário divulgou o seu erro, negando a divindade da pessoa de Jesus Cristo, a Providência Divina fez aparecer o intrépido Santo Atanásio para confundi-lo, assim como fez surgir Santo Agostinho a suplantar o herege Pelágio, e S. Cirilo de Alexandria para refutar os erros de Nestório, que haviam semeado a perturbação e a indignação no Oriente.
 Em 430, o Papa São Celestino I, num concílio de Roma, examinou a doutrina de Nestório que lhe fora apresentada por S. Cirílo e condenou-a como errônea, anti-católica, herética.
 S. Cirilo formulou a condenação em doze proposições, chamadas os doze anátemas, em que resumia toda a doutrina católica a este respeito.
 Pode-se resumi-las em três pontos:
 1) Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus;
 2) A Virgem Santíssima é verdadeiramente a Mãe de Deus, por ser a Mãe de Jesus Cristo, que é Deus;
 3) Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é: denominações, propriedades e ações das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou.
 Para exterminar completamente o erro, e restringir a unidade de doutrina ao mundo, o Papa resolveu reunir o concílio de Éfeso (na Ásia Menor), em 431, convidando todos os bispos do mundo.
 Perto de 200 bispos, vindos de todas as partes do orbe, reuniram-se em Éfeso. S. Cirilo presidiu a assembléia em nome do Papa. Nestório recusou comparecer perante os bispos reunidos.
 Desde a primeira sessão a heresia foi condenada. Sobre um trono, no centro da assembléia, os bispos colocaram o santo Evangelho, para representar a assistência de Jesus Cristo, que prometera estar com a sua Igreja até a consumação dos séculos, espetáculo santo e imponente que desde então foi adotado em todos os concílios.
 Os bispos cercando o Evangelho e o representante do Papa, pronunciaram unânime e simultaneamente a definição proclamando que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus. Nestório deixou de ser, desde então, bispo de Constantinopla.
 Quando a multidão ansiosa que rodeava a Igreja de Santa Maria Maior, onde se reunia o concílio, soube da definição que proclamava Maria "Mãe de Deus", num imenso brado ecoou a exclamação: "Viva Maria, Mãe de Deus! Foi vencido o inimigo da Virgem! Viva a grande, a augusta, a gloriosa Mãe de Deus!"
 Em memória desta solene definição, o concílio juntou à saudação angélica estas palavras simples e expressivas: "Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte".
 Provas da Santa Escritura
 Para iluminar com um raio divino esta verdade tão bela e fundamental, recorramos à Sagrada Escritura, mostrando como ali tudo proclama este título da Virgem Imaculada.
 Maria é verdadeiramente Mãe de Deus.
 Ela gerou um homem hipostaticamente unido à divindade; Deus nasceu verdadeiramente dela, revestido de um corpo mortal, formado do seu virginal e puríssimo sangue.
 Embora, no Evangelho, Ela não seja chamada expressamente "Mãe de Cristo" ou "Mãe de Deus", esta dignidade deduz-se, com todo o rigor, do texto sagrado.
 O Arcanjo Gabriel, dizendo à Maria: "O santo que há de nascer de ti será chamado Filho de Deus" (Lc 1, 35), exprime claramente que ela será Mãe de Deus.
 O Arcanjo diz que o Santo que nascerá de Maria será chamado o Filho de Deus. Se o Filho de Maria é o Filho de Deus, é absolutamente certo que Maria é a Mãe de Deus.
 Repleta do Espírito Santo, Santa Isabel exclama: "Donde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha visitar-me?" (Lc 1, 43).
 Que quer dizer isso senão que Maria é a Mãe de Deus? Mãe do Senhor ou "Mãe de Deus" são expressões idênticas.
 S. Paulo diz que Deus enviou seu Filho, feito da mulher, feito sob a lei (Galat. 4, 4).
 O profeta Isaías predisse que a Virgem conceberia e daria à luz um Filho que seria chamado Emanuel ou Deus conosco (Is 7, 14). Qual é este Deus? É necessariamente Aquele que, segundo o testemunho de S. Pedro, não é nem Jeremias, nem Elias, nem qualquer outro profeta, mas, sim, o Cristo, o Filho de Deus vivo.
 É aquele que, conforme a confissão dos demônios, é: o Santo de Deus.
 Tal é o Cristo que Maria deu à luz.
 Ela gerou, pois, um Deus-homem. Logo, é Mãe de Deus por ser Mãe de um homem que é Deus e que, sendo Deus, Redimiu o gênero humano.
 A Doutrina dos Santos Padres, a Tradição:
 Tal é a doutrina claramente expressa no Evangelho, e sempre seguida na Igreja Católica.
 Os Santos Padres, desde os tempos Apostólicos até hoje, foram sempre unânimes a respeito desta questão; seria uma página sublime se pudéssemos reproduzir as numerosas sentenças que eles nos legaram.
 Citemos pelo menos uns textos dos principais Apóstolos, tirados de suas "liturgias" e transmitidas por escritores dos primeiros séculos.
 Santo André diz: "Maria é Mãe de Deus, resplandecente de tanta pureza, e radiante de tanta beleza, que, abaixo de Deus, é impossível imaginar maior, na terra ou no céu." (Sto Andreas Apost. in transitu B. V., apud Amad.).
 São João diz: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus, pois concebeu e gerou um verdadeiro Deus, deu à luz, não um simples homem como as outras mães, mas Deus unido à carne humana." (S. João Apost. Ibid).
 S. Tiago: "Maria é a Santíssima, a Imaculada, a gloriosíssima Mãe de Deus" (S. Jac. in Liturgia).
 S. Dionísio Areopagita: "Maria é feita Mãe de Deus, para a salvação dos infelizes." (S. Dion. in revel. S. Brigit.)
 Orígenes (Sec. II) escreve: "Maria é Mãe de Deus, unigênito do Rei e criador de tudo o que existe" (Orig. Hom. I, in divers.)
 Santo Atanásio diz: "Maria é Mãe de Deus, completamente intacta e impoluta." (Sto. Ath. Or. in pur. B.V.).
 Santo Efrém: "Maria é Mãe de Deus sem culpa" (S. Ephre. in Thren. B.V.).
 S. Jerônimo: "Maria é verdadeiramente Mãe de Deus". (S. Jerôn. in Serm. Ass. B. V.).
 Santo Agostinho: "Maria é Mãe de Deus, feita pela mão de Deus". (S. Agost. in orat. ad heres.).
 E assim por diante.
 Todos os Santos Padres rivalizaram em amor e veneração, proclamando Maria: Santa e Imaculada Mãe de Deus.
 Terminemos estas citações, que podíamos prolongar por páginas afora, pela citação do argumento com que S. Cirilo refutou Nestório:
 "Maria Santíssima, diz o grande polemista, é Mãe de Cristo e Mãe de Deus. A carne de Cristo não foi primeiro concebida, depois animada, e enfim assumida pelo Verbo; mas no mesmo momento foi concebida e unida à alma do Verbo. Não houve, pois, intervalo de tempo entre o instante da Conceição da carne, que permitiria chamar Maria "Mãe de um homem", e a vinda da majestade divina. No mesmo instante a carne de Cristo foi concebida e unida à alma e ao Verbo".
 Vê-se, através destas citações, que nenhuma dúvida, nenhuma hesitação existe sobre este ponto no espírito dos Santos Padres. É uma verdade Evangélica, tradicional, universal, que todos aceitam e professam.
 Conclusão: Dever de culto à Mãe de Deus
 Maria é Mãe de Deus... é absolutamente certo. Esta dignidade supera todas as demais dignidades, pois representa o grau último a que pode ser elevada uma criatura.
 Oro, toda dignidade supõe um direito; e não há direito numa pessoa, sem que haja dever noutra.
 Se Deus elevou tão alto a sua Mãe, é porque Ele quer que ela seja por nós honrada e exaltada.
 Não estamos bastante convencidos desta verdade, porque, comparando Maria Santíssima com as outras mães, representamo-nos a qualidade de Mãe de Deus sob seu aspecto exterior e acidental, enquanto na realidade a base de sua excelência ela a possui em seu "próprio ser moral", que influi em seu "ser físico".
 Maria concebeu o Verbo divino em seu seio, porém esta Conceição foi efeito de uma plenitude de graças e de uma operação do Espírito Santo em sua alma.
 Pode-se dizer que a mãe não se torna mais recomendável por ter dado à luz um grande homem, pois isto não lhe traz nenhum aumento de virtude ou de perfeição; mas a dignidade de Mãe de Deus, em Maria Santíssima, é a obra de sua santificação, da graça que a eleva acima dos próprios anjos, da graça a que ela foi predestinada, e na qual foi concebida, para alcançar este fim sublime de ser "Mãe de Deus": é a sua própria pessoa.
 Diante de tal maravilha, única no mundo e no céu, eu pergunto aos pobres protestantes: não é lógico, não é necessário, não é imperioso que os homens louvem e exaltem àquela que Deus louvou e exaltou acima de todas as criaturas?
 Se fosse proibido cultuar à Santíssima Virgem, como querem os protestantes, o primeiro violador foi o próprio Deus, que mandou saudar à Virgem Maria, pelo arcanjo S. Gabriel: "Ave, cheia de graça!" (Lc 1, 28).
 Santa Isabel: "Bendita sois vós entre as mulheres" (Lc 1, 42)
 Igualmente, a própria Nossa Senhora nos diz: "Doravante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada..." (Lc 1, 48).
 Todos esses atos indicam o culto à Nossa Senhora, a honra que lhe é devida.
 O Arcanjo é culpado, Santa Isabel é culpada, os evangelistas são culpados, os santos são culpados e 19 séculos de cristianismo também... Só os protestantes não...
 Desde os primórdios do Cristianismo, como já vimos, era comum o culto à Maria Santíssima.
 Em 340, S. Atanásio, resumindo  os dizeres de seus antecessores nos primeiros séculos, S. Justino, S. Irineu, Tertuliano, e Orígenes, exclama: "Todas as hierarquias do céu vos exaltam, ó Maria, e nós, que somos vossos filhos da terra, ousamos invocar-vos e dizer-vos: Ó vós, que sois cheia de graça, ó Maria, rogai por nós!"
 Nas catacumbas encontram-se, em toda parte, imagens e estátuas da Virgem Maria.
 O culto de Nossa Senhora não é um adorno da religião, mas uma peça constitutiva, parte integral, e indissoluvelmente ligada a todas as verdades e mistérios evangélicos. Querer isolá-lo do conjunto da doutrina de Jesus Cristo é vibrar golpe mortal na religião inteira, fazê-la cair, e nada mais compreender da grandeza em que Deus vem unir-se às criaturas.
 Nossa Senhora é Mãe de Deus: "Maria de qua natus est Jesus!"
 Tudo está compendiado nesta frase. Maria, simples criatura; Jesus, Deus eterno; e a encarnação "de qua natus est"; afinal, a união indissolúvel que produz o nascimento, entre o Filho e a Mãe, a grande e incomparável obra-prima de Deus.
 Ele pode fazer mundos mais vastos, um céu mais esplêndido, mas não pode fazer uma Mãe maior que a Mãe de Deus! (S. Bernardo Spec. B.V. c 10). Aqui Ele se esgotou. É a última palavra de seu poder e de seu amor!
 
 (Extraído, com alguns pequenos acréscimos, do Pe. Júlio Maria, "A Mulher Bendita", Editora "O Lutador", 1949, Manhumirim, MG). O texto sobre a Mãe de Deus foi basicamente copiado, por se tratar de uma das mais belas páginas de defesa da maternidade divina de Nossa Senhor que encontrei.

Dogmas de Nossa Senhora!

Quais os dogmas sobre Nossa Senhora?

Como o próprio título indica, trata-se dos dogmas proclamados pela Igreja Católica sobre a mãe de Jesus, Maria Santíssima. Tratam-se de informações oportunas e relevantes, por vários motivos:  Ainda nos dias atuais, as verdades proclamadas pela Igreja sobre a mãe de Jesus são muito atacadas, sobretudo por nossos irmãos separados; e depois, precisamos conhecer cada vez mais sobre o que a Igreja nos revela sobre ela. Então, boa leitura!

1. IMACULADA CONCEIÇÃO – 8/12/1854 – Papa Pio IX – Bula Inefabilis Deus. Nós declaramos, decretamos e definimos que a doutrina segundo a qual, por uma graça e um privilégio especial de Deus Todo Poderoso e em virtude dos méritos de Jesus Cristo, salvador do mundo, a bem-aventurada Virgem Maria foi preservada de toda mancha do pecado original no primeiro instante de sua Conceição, foi revelada por Deus e deve, por conseguinte, ser crida firmemente e constantemente por todos os fiéis.

2. ASSUNÇÃO AO CÉU – 1/11/1950 - Papa Pio XII na Constituição Apostólica Munificientíssimus Deus. Depois de haver mais uma vez elevado a Deus nossas súplicas e invocado as luzes do Espírito Santo... pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma de fé revelado por Deus que: a Imaculada Mãe de Deus, sempre Virgem Maria, terminado o curso de sua vida terrena, foi elevada à glória celeste em corpo e alma.


3. MATERNIDADE DIVINA
Denominada nos Evangelhos a Mãe de Jesus (Jo 2,1; 19,25), Maria é aclamada, sob o impulso do Espírito Santo, desde antes do nascimento do seu Filho, como a Mãe do meu Senhor (Lc 1, 43). Com efeito, Aquele que ela concebeu do Espírito Santo como homem e que se tornou verdadeiramente seu Filho segundo a carne, não é outro que o Filho eterno do Pai, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade. A Igreja confessa que Maria é verdadeiramente Mãe de Deus (Theotókos).

4. VIRGINDADE PERPÉTUA
Desde as primeiras formulações da fé, a Igreja confessou que Jesus foi concebido exclusivamente pelo poder do Espírito Santo no seio da Virgem Maria, afirmando também o aspecto corporal deste evento: Jesus foi concebido do Espírito Santo, sem sêmen (Concílio de Latrão, 649). Os Padres vêem na conceição virginal o sinal de que foi verdadeiramente o Filho de Deus que veio a uma humanidade como a nossa. O aprofundamento da sua fé na maternidade virginal levou a Igreja a confessar a virgindade real e perpétua de Maria, mesmo no parto do Filho de Deus feito homem. Com efeito o nascimento de Cristo não violou a integridade virginal de sua Mãe (LG,57). A Liturgia da Igreja celebra Maria como a Aeiparthenos, sempre Virgem.(LG,52)